quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Marxistas ou Padres que não leram o Evangelho?

É lugar comum ver as pessoas minimizando a obra de algum pensador. Existem alguns que estão na lista como os preferidos nas conversar de bar e nos DAs e DCEs universitários. Como já bem disse Mário Quintana no livro Caderno H, até a filosofia não está imune à moda: “Primeiro foi o Sartre, depois o Marcuse – lembram-se? – e agora – quem é que não sabe?- é o Mac-Luhan. Pobres filósofos...Qual será a próxima vítima?”
Bem sabemos, que os filósofos da moda atual são Nietzsche, Schopenhauer e, desde de 1973, quando Quintana escreveu o Caderno H, Sartre. Entretanto, existe um pensador que entra ano sai ano, tem o seu nome mencionado em todos os ambientes propícios para o exibicionismo intelectual: Karl Marx.
Marx é uma religião no sentido mais claro, uma vez que a maioria dos “seguidores” o adora sem ao menos conhecer profundamente sua doutrina. Isso mostra uma fé semelhante à fé religiosa: resignada e sem questionamento.
O que eu não entendo é como uma pessoa pode se dizer marxista sem ao menos saber do que está falando. Assim eu via no DA do meu curso. Todos se diziam comunistas-marxistas, mas eu não conheci nenhum dos alunos que leram, nem O Capital, nem A Ideologia Alemã, nem outra obra da extensa biografia de Marx. Mas claro que todos haviam lido O Manifesto do Partido Comunista, que é uma obra curta e de fácil compreensão (praticamente um panfleto). E a maioria dos que haviam lido as outras obras de Marx, não devem ter compreendido muito bem, pois são obras muito complexas para serem assimiladas sem orientação. Percebia-se claramente também, que alguns entraram nessa para se inserir num grupo. Para eles não faria a menor diferença se o adorado fosse Karl Marx ou Adam Smith, mas o mais importante era fazer parte do grupo.
Outra coisa comum em alguns comunistas, como os pseudomarxistas da minha antiga faculdade, é negar as atrocidades do regime stalinista. Alguns defendem que não houve repressão (assim como os que defendem que nunca existiu câmara de gás em Auschwitz). Outros dizem que os únicos reprimidos no regime stalinista foram os burgueses (a história mostra que não foi bem assim).
Sei que vou usar esta expressão um pouco fora do contexto, mas nessas horas eu recorro a Wittgenstein quando ele disse “sobre aquilo que não se pode falar deve-se calar”. Seria bom mesmo, para que esses marxistas de botequins, DAs, DCEs, Malleta, Fafich, etc, parassem de falar tanta bobagem, arrotando uma erudição que eles mesmos não têm.
Uma vez, na faculdade, um desses pseudo-intelectuais que se diz marxista me falou que não havia mesmo lido O Capital e que eu era preconceituoso, porque um autor brasileiro comunista também nunca o leu. Ou seja, justificou sua ignorância valendo-se da ignorância de outro. Justificou sua ignorância pela ignorância de um prestigiado. Desculpe meu caro, mas para você dizer que é alguma coisa, tem que ter conhecimento sobre a mesma, se não, você será como um padre que não leu o Evangelho.

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